“Quando eu vim para o carnaval, só vim pensando na alegria, vim pelo amor, para fazer as pessoas felizes. Em nenhum momento, eu pensei em grana. Nunca. Eu era pobre, continuo pobre, assim como toda uma geração”, disse.

O Bloco Cheiro de Amor nasceu em 1980, a partir da ideia dos irmãos Wilton e Windson Silva, Manoel Castro e outros amigos da Península de Itapagipe, porque queriam um bloco próprio para desfilar no carnaval de Salvador.

Em 1983, Laurinha subiu no trio elétrico da banda Cheiro pela primeira vez e, a partir dali, abriu os caminhos para que outras mulheres começassem a puxar blocos na maior festa de rua do mundo.

“A entrada do cheiro na passarela [Avenida] é uma emoção que não dá para descrever. Eu entrava à capela, aí dava aquela pausa, quando ninguém esperava eu entrava. Aí entrava aquele mundaréu de rosas na Avenida. Muito massa”, relembra emocionada.

Laurinha cantou na banda Cheiro de Amor em 1983 e 1984. Em seguida foi para a banda Novos Bárbaros, substituindo Sarajane, que era a vocalista do grupo, e estava grávida, prestes a dar à luz.

Enquanto cantou na banda Novos Bárbaros, o maior sucesso de Laurinha foi a icônica “Pipoca Louca”. Além disso, o grupo ficou marcado por ter nos vocais cantores marcantes do Axé Music, como Sarajane, Buk Jones, Zelito Miranda, Simone Moreno e Jota Marback.

Já a banda Cheiro de Amor, onde Laurinha subiu no trio pela primeira vez, contou com grandes cantoras como Márcia Freire, de 1985 a 1995 e de 2000 a 2002; Carla Visi de 1996 a 2000; Alinne Rosa de 2001 a 2013; e Vina Calmon que chegou ao Cheiro em 2014 e segue no grupo.

“São cinco cantoras. O Cheiro não queria mulher lá, essa é a verdade. A gente peitou. Eu vim na frente, peitei, deixei minha marca e deixei mais ou menos arrumado. Aí eles botaram Gugui. Só que eles viram que a mulher funcionava”, disse Laurinha.

“Totó junto com Alberto Tripodi foram os maiores visionários do carnaval. Se a mulher hoje está na frente, a gente agradece a eles. Eu, Márcia Freire, Márcia Short, Daniela Mercury, Ivete, Claudinha, Margareth…”, concluiu.