A Prefeitura de Salvador assinou, nesta sexta-feira (1º), um acordo de cooperação internacional entre Salvador e a República do Benin para a troca de experiências e viabilização de investimentos feitos pelo governo beninense na Casa do Benin, equipamento cultural de intercâmbio gerido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
A assinatura ocorreu durante a abertura da exposição artística Ecos Malês na Casa das Histórias, no Comércio. Na ocasião, o cônsul honorário do Benin na Bahia, Marcelo Sacramento, afirmou que o governo do Benin está disposto a fazer investimentos para equipar a Casa do Benin, de modo que todos os soteropolitanos que a visitam sintam-se motivados a conhecer o Benin.
“Isso será feito com infraestrutura, modernização, acessibilidade, restaurante, ar-condicionado e uma estrutura que propicie essa experiência, incluindo a participação de artistas beninenses, por exemplo, artistas que trabalham com pintura, artesanato, teatro e música. É essencial que a Casa do Benin seja de fato a expressão do que é o Benin hoje, de toda a sua história e de nossa relação”.
“Esta cooperação internacional representa um marco significativo para Salvador e para a Casa do Benin. Estamos entusiasmados em fortalecer os laços culturais e históricos que nos unem ao Benin. Com os investimentos e a troca de experiências, poderemos revitalizar esse espaço, oferecendo ao público uma imersão autêntica na rica cultura beninense. A modernização da Casa não apenas valoriza nosso patrimônio compartilhado como impulsiona o turismo cultural em nossa cidade”, afirmou o presidente da FGM, Fernando Guerreiro.
Marcelo Sacramento lembrou que este ano o presidente da República do Benin, Patrice Talon, e toda a comitiva beninense foi muito bem recebida pelo prefeito e toda a equipe da Prefeitura na casa do Benin, no Centro Histórico.
“Quando nós apontamos na ladeira do Pelourinho e aqueles tambores tocavam os sons jeje do Benin, saudando a comitiva, e nós adentramos na casa do Benin, nós nos sentimos na África. O presidente Patrice Talon, naquele momento, disse do fundo do seu coração: ‘nós somos povos-irmãos e não nos conhecemos’. Aqui chegaram nos séculos 17 e 18 mais de um milhão de negros escravizados. Aqui, o Benin fincou as suas origens, seu DNA, sua religião, a religião de matriz africana, trouxe para cá sua culinária, seus hábitos, sua língua Fon, porque até hoje falamos “garfo”, “faca”, “copo”, isso é Fon, isso é Benin”, recordou.