Armandinho e Moraes Moreira não mentiram quando afirmaram em ‘Chame Gente’ que o baiano é Carnaval. Muito menos que a terra é de todos os santos, encantos e axés, ou quando cantou sobre a loucura que é a mistura da nossa folia.
Pisar em um circuito de Carnaval em Salvador consiste em ouvir um pouco de tudo e não é brincadeira. Prova disso é que, nos anos 2000, os 4,5km de percurso do Circuito Dodô (Barra-Ondina) foram transformados em uma grande balada a céu aberto. E o fato pode voltar a acontecer em 2025.
Para além da tradição de blocos como o Camaleão, Coruja, Cerveja & Cia, Crocodilo, Me Abraça e outros, a folia baiana abriu espaço para um gênero chamariz de jovem e “diferentão” para o Carnaval de Salvador: a música eletrônica.
Essa foi a aposta dos sócios do Bloco Yes! para fazer diferente e em 2008 com o DJ holandês Tiësto, o bloco arrastou uma multidão, além de disputar espaço com o Bloco Skol, que na época também teve a mesma ideia que o Yes! e investiu no inglês Fat Boy Slim para levar o som das pick ups para a avenida.
Segundo Ivan Bastos, sócio do Yes!, a decisão de investir no gênero, por mais que pareça um tiro no escuro por se tratar do Carnaval de Salvador onde o axé é rei, veio de uma pesquisa de público que indicou o aumento de boates em Salvador e a alta no consumo de música eletrônica no país.
“A nossa proposta, em relação a música eletrônica, desde o primeiro ano foi baseada em grandes atrações e no movimento crescente do estilo. Fomos pioneiros junto com o Bloco Skol, na época eles lançaram Fat Boy Slim e nós lançamos Tiësto, que naquele ano era o número 1º no ranking da DJ Mag, e a gente aproveitou que naquele momento a cidade respirava o avanço na música eletrônica, a cena estava muito forte”, conta.