Segunda-feira (10) foi dia de Carnaval fora de época em Campo Grande. Com os principais bloquinhos da capital pelas ruas, a noite foi consagrada pelo grupo baiano Olodum, que trouxe o axé pelo rufar dos tambores para a Cidade Morena.
Olodum agitou o público no ‘Campão Cultural’. — Foto: Marithê do Céu/Reprodução
Durante o dia, os bloquinhos tradicionais levaram alegria e muita purpurina para os campo-grandenses. Já a noite do 3º dia do Festival Campão Cultural começou com show do cantor Silva e foi finalizada com apresentação de Olodum.
Cantor Silva também se apresentou no evento. — Foto: Álvaro Heculano/Reprodução
Milhares de pessoas marcaram presença na Esplanada Ferroviária para curtir a festa. Antes do show, o grupo Olodum recebeu o g1 e outros veículos de comunicação para uma coletiva de imprensa. Assista ao vídeo no início desta matéria.
Entre uma fala e outra, Lazinho, um dos vocalistas do grupo, reforçou a importância social que o Olodum tem diante de vários questões no Brasil e no mundo.
“Eu acho que uma entidade igual ao Olodum vai parar de existir quando sermos iguais. Não dá para gente estar aqui de barriga cheia e saber que tem gente passando fome. Enquanto tem gente passando fome, vai existir entidades. Não existe apenas o Olodum na Bahia falando desses temas sociais. A Bahia começou isso! Todos querem saber como a Bahia se porta diante de várias situações”, comentou o cantor que está há mais de 40 anos no grupo.
A noite foi de Carnaval. Oludum levou ao público de Campo Grande inúmeros hits que marcaram a história do grupo. Com gosto de nostalgia, a organização baiana apresentou várias músicas.
O Olodum está presente na história da Bahia, bem como na do Brasil. O grupo se apresenta como um dos principais representantes da cultura afro-brasileira para o mundo.
Alegria de grupo baiano contagiou o público. — Foto: Marithê do Céu/Reprodução
Tendo a questão social como mote da comunidade, o cantor Lucas Di Fiori relembra de quando entrou ao Olodum, com apenas nove anos.
“Nossa preocupação vai muito além da música. Somo muito mais que música. A nossa maior sacada é a escola Olodum. Somos pioneiros, a escola veio do projeto ‘ O rufar dos tambores’, que foi o primeiro projeto social do Olodum. Eu fui criado dentro da casa, cheguei com 9 anos e hoje tenho 40”, retoma.
Rufar dos tambores do Olodum trouxe ânimo para festival. — Foto: Marithê do Céu/Reprodução
A arte, música e cultura extrapolam as letras do Olodum. Lucas Di Fiori comenta que a participação coletiva fez com pensasse cada vez mais em um posicionamento social.
“Tudo que aprendi sobre arte, música e cultura foi dentro do Olodum. As nossas entrevistas sempre foram diferentes. Nunca queriam saber sobre o o ‘sucesso do verão’, queriam saber tudo isso que engloba a cultura negra, o movimento negro e posicionamentos do Olodum. Sempre enxerguei esse posicionamento diferente do Olodum. Todos esses anos fomos multiplicadores. Mesmo estando no Olodum, cuidamos da nossa comunidade. Isso é uma obrigação. Uma vez sendo acolhido, a gente passa o acolhimento”, finaliza.